GERMANO BARROS DE SOUZA
( Piauí – Brasil )
Poeta, reside em Campo Grande – Mato Grosso do Sul.
REVISTA DA ACADEMIA SUL-MATO-GROSSENSE DE LETRAS. No. 12.
Agosto de 2008. Campo Grande, MS; 2008 Ex. doado por Rubenio Marcelo
Recordações
Guardo no meu peito para sempre adunca
Uma doce lembrança
Uma saudade que não morre nunca
Dos tempos de criança
Lembro-me bem... A casa da fazenda
E a velha mangueira
Onde à tarde vovó a fazer renda
Passava a tarde inteira
E às noites lindas de luar de prata
Quão doce a minha vida
Sentindo os beijos e a carícia grata
De minha mãe querida
Meu coração palpita com pujança
Soltando tristes ais
A evocar os tempos de criança
Que nunca voltam mais
Tudo passou e não me resta nada
E então me aconteceu
A velha casa já foi derrubada
E a minha mãe morreu
Guardo no meu peito para sempre adunca
Uma doce lembrança
Uma saudade que não morre nunca
Dos tempos de criança
Conselhos Paternos
Segue, meu filho, ao longo do caminho
que o destino em teu nome tem traçado;
Entre rosas encontrarás o espinho
nas folhagens às vezes camuflado...
Terás teus companheiros, mas cuidado,
porque não podes ser um adivinho;
Se a sorte é boa, serás cortejado
e se é má, ficarás quase sozinho...
No amor existem muitas frustrações
e sonhos que não passam de miragem
prazer no início e depois decepções...
E enquanto o tempo célere se esvai,
Um dia lembrarás pela viagem
Dos conselhos amigos de teu pai...
Quando você ficar triste
Quando chegarem as sombras das tristezas
e ofuscarem a luz do seu olhar,
Não se deixe vencer nas incertezas
pois todo o mal um dia há de acabar.
Oculte o seu sofrer nas profundezas
do coração e nunca revelar,
Pois bem poucos terão tanta grandeza
querendo seus desgostos suavizar.
Não importa seus tristes comentários
pensando que tem muitos solidários
que no fim vão deixando o desencanto.
Minhas tristezas, guardo bem comigo
E assim você deve fazer consigo,
Porque ninguém enxugará seu pranto.
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ANTOLOGIA DE SONETOS PIAUIENSES [por] Félix Aires. [Teresina: 1972.] 218 p. Impresso no Senado Federal Centro Gráfico, Brasília. Ex. bibl. Antonio Miranda
AVE MARIA
Quando as sombras da noite vêm chegando
alongando nos campos nostalgia,
quantas lembranças, fico recordando
A minha mãe rezando a Ave Maria.
Meu lugarejo, ao longe, trovejando,
na capelinha o sino então plangia,
e ao regaço materno me abraçando
bem descuidado eu a sonhar dormia.
Nos meus versos cantando com saudade
na tristeza da minha soledade
vivo somente da recordação.
E em meu entardecer constantemente
escuto o sino a badalar plangente
na capelinha do meu coração.
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Página ampliada e republicada em março de 2023
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Página publicada em julho de 2022
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